A Penitência, chamada também Confissão, é o Sacramento instituído por Jesus Cristo para perdoar os pecados cometidos depois do Batismo.
Dá-se a este Sacramento o nome de Penitência, porque, para obter o perdão dos pecados, é necessário detestá-los com arrependimento e porque quem cometeu uma falta deve sujeitar-se à pena que o Sacerdote impõe.
Chama-se este Sacramento também Confissão, porque, para alcançar o perdão dos pecados, não basta i detestá-los, mas é necessário acusar-se deles ao Sacerdote, isto é, confessá-los.
Jesus Cristo instituiu o Sacramento da Penitência no dia da sua Ressurreição, quando, depois de entrar no cenáculo, deu solenemente aos seus Apóstolos o poder de perdoar os pecados.
JesusCristo deu aos seusApóstoloso poder de perdoar ospecados, soprando sobre eles, e dizendo: Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos.
Distingue-se a matéria do Sacramento da Penitência em remota e próxima. A remota é constituída pelos pecados cometidos pelo penitente depois do Batismo, e a matéria próxima são os atos do próprio penitente, isto é, a contrição, a acusação e a satisfação.
A forma do Sacramento da Penitência é esta: Eu te absolvo dos teus pecados.
O ministro do Sacramento da Penitência é o Sacerdote aprovado pelo Bispo para ouvir confissões.
O Sacerdote deve ser aprovado pelo Bispo para ouvir confissões, porque, para administrar validamente este Sacramento, não basta o poder da Ordem, mas é necessário também o poder de jurisdição, isto é, a faculdade de julgar, que deve ser dada pelo Bispo.
As partes do Sacramento da Penitência são: a contrição, a confissão e a satisfação da parte do pecador, a absolvição da parte do sacerdote.
A contrição ou a dor dospecados é um desgosto da alma, pelo qual se detestam os pecados cometidos, e se propõe não os tornar a cometer no futuro.
A palavra contrição quer dizer fratura ou despedaçamento, como quando uma pedra é esmagada e reduzida a pó.
Dá-se o nome de contrição à dor dos pecados, para significar que o coração duro do pecador em certo modo se despedaça pela dor de ter ofendido a Deus.
A confissão consiste na acusação distinta dos nossos pecados ao confessor, para dele recebermos a absolvição e a penitência.
Chama-se a confissão acusação, porque não deve ser uma narração indiferente, mas sim uma verdadeira e dolorosa manifestação dos próprios pecados.
A satisfação ou penitência é a oração ou outra boa obra, que o confessor impõe ao pecador em expiação dos seus pecados.
A absolvição é a sentença que o Sacerdote pronuncia em nome de Jesus Cristo, para perdoar os pecados ao pecador.
Das partes do Sacramento da Penitência, a mais necessária é a contrição, porque sem ela nunca se pode obter o perdão dos pecados, e com ela só, quando é perfeita, pode obter-se o perdão, contanto que esteja unida com o desejo, ao menos implícito, de confessar-se.
O Sacramento da Penitência confere a graça santificante, com a qual são perdoados os pecados mortais e também os veniais que se confessaram e de que haja arrependimento; comuta a pena eterna em temporal, da qual também é perdoada uma parte maior ou menor, conforme as disposições do penitente; faz reviver o mereci. mento das boas obras feitas antes de se cometer o pecado mortal; dá à alma auxílios oportunos para não recair no pecado e restitui a paz à consciência.
O Sacramento da Penitência é necessário, para se salvarem, a todos aqueles que, depois do Batismo, cometeram algum pecado mortal.
Confessar-se com freqüência é coisa ótima, porque o Sacramento da Penitência, além de apagar os pecados, dá as graças necessárias para evitá-los no futuro.
Sim, o Sacramento da Penitência tem virtude de perdoar todos os pecados, por muitos e grandes que sejam, contanto que se receba com as devidas disposições.
Para fazer uma boa confissão, são necessárias cinco coisas:
Para bem nos confessarmos devemos, antes de tudo, pedir de todo o coração ao Senhor que nos dê luz para conhecer todos os nossos pecados e força para os detestar.
O exame de consciência é uma diligente investigação dos pecados que se cometeram, desde a última confissão bem feita.
Faz-se o exame de consciência trazendo diligentemente à memória, na presença de Deus, todos os pecados ainda não confessados, cometidos por pensamentos, palavras, obras e omissões contra os Mandamentos de Deus e da Igreja, e contra as obrigações do próprio estado.
Devemos examinar-nos também sobre os maus hábitos e sobre as ocasiões de pecado.
No exame devemos investigar também o número dos pecados mortais.
Para que um pecado seja mortal são necessárias três coisas: matéria grave, plena advertência e consentimento perfeito da vontade.
Há matéria grave, quando se trata de uma coisa notavelmente contrária à Lei de Deus e da Igreja.
Há plena advertência no pecado, quando se conhece perfeitamente que se faz um mal grave.
Ha. no pecado, o consentimento perfeito da vontade, quando se quer fazer deliberadamente uma coisa, embora se reconheça que é culpável.
No exame de consciência deve usar-se aquela diligência que se usaria em um negócio de grande importância.
Deve empregar-se no exame de consciência mais ou menos tempo, conforme a necessidade, isto é, conforme o número e a qualidade dos pecados que sobrecarregam a consciência, e conforme o tempo decorrido desde a última confissão bem feita.
Facilita-se o exame para a confissão, fazendo todasasnoiteso exame de consciência sobre as ações do dia.
A dor dos pecados consiste num desgosto e numa detestação sincera da ofensa feita a Deus.
A dor é de duas espécies: perfeita ou de contrição; imperfeita ou de atrição.
A dor perfeita é o desgosto de ter ofendido a Deus, porque Deus é infinitamente bom e digno, por Si mesmo, de ser amado sobre todas as coisas.
Chama-se perfeita a dor de contrição por duas razões:
A dor perfeita não nos alcança o perdão dos pecados independentemente da confissão, porque sempre inclui a vontade de se confessar.
A dor perfeita, ou contrição, produz este efeito, porque procede da caridade, que não pode encontrar-se na alma juntamente com o pecado mortal.
A dor imperfeita ou de atrição é aquela pela qual nos arrependemosde ter ofendido a Deus como nosso supremo Juiz, isto é, por temor dos castigos que merecemos e nos esperam nesta ou na outra vida, ou pela própria fealdade do pecado.
A dor, para ser boa, deve ter quatro condições: deve ser interna, sobrenatural, suma e universal.
Quer dizer que deve estar no coração e na vontade, e não só nas palavras.
A dor deve ser interna, porque a vontade, que se afastou de Deus com o pecado, deve voltar para Deus, detestando o pecado cometido.
Quer dizer que deve ser excitada em nós pela graça do Senhor, e a devemos conceber levados por motivos que procedem da fé.
A dor deve ser sobrenatural, porque é sobrenatural o fim a que se dirige, isto é, o perdão de Deus, a aquisição da graça santificante e o direito à glória eterna.
Quem se arrepende por ter ofendido a Deus infinitamente bom e digno por Si mesmo de ser amado, por ter perdido o Paraíso e merecido o inferno, ou então pela malícia intrínseca do pecado, tem dor sobrenatural, porque estes são os motivos fornecidos pela fé. Quem, ao contrário, se arrependesse só pela desonra ou castigo que lhe vem dos homens, ou por algum prejuízo puramente temporal, teria dor natural, porque se arrependeria só por motivos humanos.
A dor deve ser suma, porque devemos considerar e odiar o pecado como o maior de todos os males, visto ser ofensa de Deus, sumo Bem.
Não. Não é necessário que materialmente se chore pela dor dospecados; masbasta que no íntimo do coração se deplore mais o ter ofendido a Deus, do que qualquer outra desgraça.
Quer dizer que se deve estender a todos os pecados mortais cometidos.
Porque quem se não arrepende, ainda que seja de um só pecado mortal, continua sendo inimigo de Deus.
Para ter dor dos nossos pecados, devemos pedi-la de todo o coração a Deus e excitá-la ein tios com a consideração do grande mal que fizemos, pecando.
Para me excitar a detestar os pecados considerarei:
Sim, quando nos vamos confessar, devemos ter muito empenho em ter verdadeira dor dosnossospecados, porque esta é a coisa mais importante de todas; e, se falta a dor, a confissão não é válida.
Quem se confessa só de pecados veniais, para se confessar validamente, basta que se arrependa de algum deles; mas, para alcançar o perdão de todos, é necessário que se arrependa de todos os que reconhece ter cometido.
Quem se confessa só de pecados veniais, e não está arrependido nem sequer de um só, faz uma confissão nula; a confissão além disso é sacrílega, se adverte que lhe falta a dor.
Para tornar mais segura a confissão só de pecados veniais, é prudente acusar, com verdadeira dor, também algum pecado mais grave da vida passada, ainda que já confessado outras vezes.
É coisa boa e muito útil fazer, com freqüência, o ato de contrição, principalmente antes de se deitar, e quando se tem certeza ou se duvida de ter caído em pecado mortal, para recuperar mais depressa a graça de Deus; é útil, sobretudo, para alcançar mais facilmente de Deus a graça de fazer semelhante ato na ocasião de maior necessidade, isto é, em perigo de morte.
O propósito consiste em uma vontade determinada de nunca mais cometer o pecado, e de empregar todos os meios necessários para o evitar.
Para ser um bom propósito, esta resolução deve ter principalmente três condições: deve ser absoluta, universal e eficaz.
Quer dizer que o propósito deve ser sem condição alguma de tempo, de lugar ou de pessoa.
O bom propósito deve ser universal, quer dizer que devemos ter a vontade de evitar todos os pecados mortais, tanto os que já tenhamos cometido no passado, como os que poderíamos cometer ainda.
O bom propósito deve ser eficaz, quer dizer que é necessário termos uma vontade decidida de perder todas as coisas antes que cometer um novo pecado, de fugir das ocasiões perigosas de pecar, de destruir os maus hábitos, e de satisfazer a todas as obrigações lícitas contraídas em conseqüência dos nossos pecados.
Por mau hábito entende-se a disposição adquirida para cair com facilidade naqueles pecados aos quais nos acostumamos.
Para corrigir osmaushábitos, devemos vigiar sobre nós mesmos, fazer muita oração, confessar-nos com freqüência, ter um bom diretor sem mudá-lo, e pôr em prática os conselhos e os remédios que ele nos propõe.
Por ocasiões perigosas de pecar entendem-se todas aquelas circunstâncias de tempo, de lugar, de pessoas ou de coisas, que, pela sua própria natureza, ou pela nossa fragilidade, nos induzem a cometer o pecado.
Somos gravemente obrigados a evitar as ocasiões perigosas que de ordinário nos levam a cometer o pecado mortal, e que se chamam ocasiões próximas de pecado.
Quem não pode evitar alguma ocasião de pecado diga-o ao confessor, e siga os conselhos dele.
Para fazer o propósito auxiliam-nosasmesmas considerações que servem para excitar a dor, isto é, a consideração dos motivos que temos para temer a justiça de Deus, e para amar a sua infinita bondade.
Depois de me ter disposto bem com o exame, com a dor e com o propósito, irei fazer ao confessor a acusação dos meus pecados, para receber a absolvição.
Somos obrigados a confessar-nos de todos os pecados mortais; é bom, porém, confessar também os veniais.
As qualidades principais que deve ter a acusação dos pecados são cinco: deve ser humilde, íntegra, sincera, prudente e breve.
A acusação deve ser humilde, quer dizer que o penitente deve acusar-se diante do seu confessor sem altivez de ânimo ou de palavras, mas com sentimentos de um réu que reconhece a sua culpa, e comparece diante do juiz.
A acusação deve ser íntegra, quer dizer que se devem confessar, com as suas circunstâncias e no seu número, todos os pecados mortais cometidos desde a última confissão bem feita, e dos quais se tem consciência.
Para que a acusação seja íntegra, devem acusar-se as circunstâncias que mudam a espécie do pecado.
As circunstâncias que mudam a espécie do pecado são:
Quem, para se desculpar, dissesse uma mentira da qual resultasse dano grave para o próximo, deveria manifestar esta circunstância, que muda a mentira, de oficiosa em gravemente nociva.
Quem tivesse roubado uma coisa sagrada, deveria acusar esta circunstância, que acrescenta ao furto a malícia do sacrilégio.
Se uma pessoa não tiver a certeza de ter cometido um pecado, não é obrigada a confessá-lo; se porém o quiser acusar, deverá acrescentar que não tem a certeza de o ter cometido.
Quem não se lembra exatamente do número dos seus pecados, deve acusar o número aproximado.
Quem deixou de confessar por esquecimento um pecado mortal, ou uma circunstância necessária, fez uma boa confissão, contanto que tenha empregado a devida diligência no exame de consciência.
Se um pecado mortal esquecido na confissão volta depois à lembrança, somos obrigados, sem dúvida, a acusá-lo na primeira vez que de novo nos confessarmos.
Quem, por vergonha, ou por qualquer outro motivo culpável, cala voluntariamente algum pecado 'mortal na confissão, profana o Sacramento e por isso torna-se réu de gravíssimo mo sacrilégio.
Quem ocultou culpavelmente algum pecado mortal na confissão, deve expor ao confessor o pecado ocultado, dizer em quantas confissões o ocultou, e repetir todas as confissões, desde a última bem feita.
Quem se vir tentado a calar um pecado grave na confissão, deve considerar:
A acusação deve ser sincera, significa que é necessário declarar os pecados como eles são, sem os desculpar, sem os diminuir e sem os aumentar.
A confissão deve ser prudente, significa que, ao confessar os pecados, devemos servir-nosdos termosmaismodestos, e que devemosguardar-nosde descobrir ospecados alheios.
A confissão deve ser breve, significa que não. devemos ir falar de coisas inúteis ao confessor.
Ainda que confessar a outro homem os próprios pecados possa ser penoso, é necessário fazê-lo, porque é de preceito divino; e de outro modo não se pode obter o perdão dos pecados cometidos; além disso, a dificuldade de se confessar é compensada por muitas vantagens e grandes consolações.
Ponho-me de joelhos aos pés do confessor, e digo: Abençoai-me, Padre, porque pequei.
Inclino-me humildemente para receber a bênção, e faço o sinal da Cruz.
Depois de feito o sinal da Cruz, direi: Eu me confesso a Deus todo-poderoso, à bem-aventurada sempre Virgem Maria, a todos os Santos, e a vós, Padre, porque pequei.
Depois direi: Confessei-me em tal tempo; por graça de Deus recebi a absolvição, cumpri a penitência, e fui à Comunhão. Em seguida faz-se a acusação dos pecados.
Direi: Acuso-me ainda de todos os pecados da vida passada, especialmente contra tal ou tal virtude, por exemplo, contra a pureza, contra o quarto Mandamento, etc.
Direi: De todos estes pecados e de todos aqueles de que não me lembro, peço perdão a Deus de todo o meu coração; e a vós, Padre, peço a penitência e a absolvição.
Concluída a acusação dos pecados, é necessário ouvir com respeito o que disser o confessor; aceitar a penitência com sincera vontade de cumpri-la; e, enquanto ele dá a absolvição, renovar o ato de contrição.
Depois de recebida a absolvição, é preciso agradecer a Nosso Senhor, cumprir quanto antes a penitência, e pôr em prática os avisos do confessor.
Os confessores devem dar a absolvição somente àqueles que julgam bem dispostos a recebê-la.
Os confessores não só podem, mas devem diferir ou negar a absolvição em certos casos, para não profanar o Sacramento.
Os penitentes que se devem considerar mal dispostos são principalmente:
Não. Não há excesso de rigor no confessor que difere a absolvição do penitente, porque não o julga ainda bem disposto; há antes caridade, pois procede como um bom médico, que tenta todosos remédios, ainda os desagradáveise penosos, para salvar a vida ao doente.
O pecador a quem se difere ou se nega a absolvição não deve desesperar ou afastar- se inteiramente da confissão; mas deve humilhar-se, reconhecer o seu estado deplorável, aproveitar osbons conselhos que o confessor lhe dá, e assim pôr-se quanto antes em estado de merecer a absolvição.
O verdadeiro penitente deve encomendar-se muito a Deus para escolher um confessor piedoso, douto e prudente, e deve depois entregar-se às suas mãos, e submeter-se a ele como a seu juiz e médico.
A satisfação, que também se chama penitência sacramental, é um dos atos do penitente, com o qual ele dá uma certa reparação à justiça divina pelos pecados cometidos pondo em prática aquelas obras que o confessor lhe impõe.
O penitente é obrigado a aceitar a penitência que o confessor lhe impõe, se a pode cumprir, e, se não a pode cumprir, deve dizê-lo humildemente ao mesmo confessor, e pedir-lhe outra.
Se o confessor não marcou tempo, a penitência deve cumprir-se quanto antes, e deve fazer-se a diligência por cumpri-la em estado de graça.
A penitência deve cumprir-se na sua integridade e com devoção.
Impõe-se uma penitência porque de ordinário, depois da absolvição sacramental que perdoa a culpa e a pena eterna, resta uma pena temporal a pagar neste mundo ou no Purgatório.
Nosso Senhor quis perdoar no Sacramento do Batismo toda a pena devida aos pecados, e não no Sacramento da Penitência, porque os pecados depois do Batismo são muito mais graves, visto serem cometidos com maior conhecimento e ingratidão aos benefícios de Deus, e também para que a obrigação de satisfazer por eles sirva de freio para não se recair no pecado.
Não; com nossas forças, não podemos dar satisfação a Deus; mas nós o podemos unindo-nos a Jesus Cristo que, com os merecimentos da sua Paixão e morte, dá valor às nossas ações.
A penitência que dá o confessor, de ordinário não é bastante para pagar a pena devida pelos pecados; por isso deve-se fazer a diligência por suprir com outras penitências voluntárias.
As obras de penitência podem reduzir-se a três espécies: à oração, ao jejum, à esmola.
Por oração entende-se toda a espécie de exercícios de piedade.
Por jejum entende-se toda a espécie de mortificação.
Por esmola entende-se toda e qualquer obra de misericórdia espiritual e corporal.
Á penitência que nos dá o confessor é mais meritória, porque, sendo parte do Sacramento, recebe maior virtude dos merecimentos da Paixão de Jesus Cristo.
Não; eles vão para o Purgatório, para ali satisfazerem à justiça de Deuse se purificarem inteiramente.
Sim, as almas que estão no Purgatório podem ser aliviadas com orações, com esmolas, com todas as demais obras boas e com as indulgências, mas sobretudo com o Santo Sacrifício da Missa.
O penitente, depoisda confissão, além de cumprir a penitência, se danificou injustamente o próximo nos bens ou na honra, ou se lhe deu escândalo, deve, o mais breve e na medida em que for possível, restituir-lhe os bens, reparar-lhe a honra e remediar o escândalo.
Pode-se reparar o escândalo que se causou fazendo cessar a ocasião dele, e edificando com as palavras e com o bom exemplo aqueles que se tenha escandalizado.
Devemos satisfazer o próximo quando o tivermos ofendido, pedindo-lhe perdão ou dando-lhe alguma outra reparação conveniente.
Uma boa confissão:
A indulgência é a remissão da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, remissão que a Igreja concede fora do Sacramento da Penitência.
Foi de Jesus Cristo que a Igreja recebeu o poder de conceder indulgências.
A Igreja perdoa a pena temporal por meio das indulgências, aplicando-nos as satisfações superabundantes de Jesus Cristo, da Santíssima Virgem e dos Santos, as quais formam o que se chama o tesouro da Igreja.
O poder de conceder indulgências pertence ao Papa em toda a Igreja, e ao Bispo, na sua diocese, na medida em que lhe é concedido pelo Papa.
Há duas espécies de indulgências: a indulgência plenária e a indulgência parcial.
A indulgência plenária é a que perdoa toda a pena temporal devida pelos nossos pecados. Por isso, se alguém morresse depois de ter recebido esta indulgência, iria logo para o céu, inteiramente isento das penas do Purgatório.
A indulgência parcial é a que perdoa só uma parte da pena temporal, devida pelos nossos pecados.
A intenção da Igreja ao conceder as indulgências é auxiliar a nossa incapacidade de expiar neste mundo toda a pena temporal, fazendo-nos conseguir por meio de obras de piedade e de caridade cristã aquilo que nos primeiros séculosEla obtinha com o rigor dos cânones penitenciais.
Devemos ter as indulgências em muito grande apreço, porque com elas se satisfaz a justiça de Deus e mais depressa e mais facilmente se alcança a posse do céu.
As condições para se ganharem as indulgências são:
Sim, as indulgências podem aplicar-se também às almas do Purgatório quando quem as concede declara que se lhes podem aplicar.
O Jubileu, que ordinariamente se concede todos os vinte e cinco anos, é uma indulgência plenária, à qual estão anexos muitos privilégios e concessões particulares, como o poder de obter-se a absolvição de alguns pecados reservados e de censuras, e a comutação de alguns votos.