A Didaqué é um catecismo cristão escrito entre 60 e 90 d.C. (talvez até antes da destruição do Templo de Jerusalém), provavelmente na Palestina ou na Síria. Trata-se, certamente, do "documento mais importante da era pós-apostólica, a mais antiga fonte de legislação eclesiástica que possuímos"1. Ao que parece, é fruto da reunião de diversas fontes orais e escritas e que bem retratam a tradição das primeiras comunidades cristãs. Essa antiguidade explica porque algumas Igrejas chegaram a considerá-lo um escrito canônico. Apesar de ter sido redigido nos primórdios do Cristianismo, sua mensagem é válida para os dias de hoje. Entre os assuntos tratados, podemos destacar: a repetição das palavras de Mt 5,262, que contribuíram para a definição da doutrina sobre o Purgatório3; a proibição do aborto4 e do esoterismo e astrologia5; a exortação pela unidade dos cristãos6; os sacramentos do batismo7, confissão dos pecados8 e eucaristia9; o batismo ministrado por imersão10 ou infusão11 e na forma trinitária12; a eucaristia vista como alimento espiritual para o cristão13 e talvez como sacrifício14; os cuidados a serem tomados contra os falsos profetas e mestres15; a celebração eucarística realizada aos domingos16; e a existência de bispos e diáconos substituindo ou com a mesma dignidade dos profetas e mestres17. O documento está dividido em 4 partes, totalizando 16 capítulos.
(Johannes Quasten, Patrologia, vol. I) ↩
("Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último centavo") ↩
(Didaqué I,5) ↩
(Didaqué II,2) ↩
(Didaqué III,4) ↩
(Didaqué IV,3) ↩
(Didaqué VII) ↩
(Didaqué IV,14; XIV,1) ↩
(Didaqué IX-X) ↩
(Didaqué VII,1) ↩
(Didaqué VII,3) ↩
(Didaqué VII,1.3) ↩
(Didaqué X,3) ↩
(Didaqué XIV,2-3) ↩
(Didaqué XI-XII) ↩
(Didaqué XIV,1) ↩
(Didaqué XV,1-2) ↩